Controle microclimático em minijardim clonal

No processo de produção de mudas clonais de Eucalyptus e Corymbia a técnica mais utilizada de propagação vegetativa, atualmente, é a miniestaquia, que consiste na utilização de brotações (miniestacas) retiradas de plantas fornecedoras de propágulos vegetativos (minicepas). O minijardim clonal consiste no conjunto de minicepas, funcionando dentro do viveiro como a unidade fornecedora de brotações (XAVIER; WENDLING; DA SILVA, 2021).

Geralmente, como condições para instalação do minijardim clonal recomenda-se a utilização de canteiros suspensos em sistema de hidroponia com leito de areia e dentro de estufas semi abertas cobertas com teto de plástico transparente, visando a proteção fitossanitária, o maior controle nutricional, a minimização da lixiviação de nutrientes pela chuva, a otimização da luminosidade e a maior proteção contra fatores ambientais adversos. (XAVIER; WENDLING; DA SILVA, 2021).

Na propagação clonal de Eucalyptus e Corymbia, o estufim vem sendo utilizado como estrutura de cobertura do minijardim clonal, principalmente para genótipos de difícil enraizamento e/ou suscetíveis ao oídio, doença causada pelo fungo Oidium eucalypti. Dentro da estrutura ocorre um aumento na umidade relativa e na temperatura, ocasionando bons resultados no cultivo, como o aumento da produtividade de miniestacas, a redução da área foliar e o controle do oídio.

Visão interna de estufim automatizado

Os benefícios observados, porém, dependem do manejo de abertura e fechamento da estrutura. Durante o período diurno, o estufim pode apresentar temperaturas excessivas, levando a queima das folhas e danos metabólicos nas minicepas, a depender da época do ano e do local onde a estrutura for instalada. Também, foi observado que a capacidade fotossintética das minicepas é suficiente para consumir o CO2 acumulado na estrutura durante o período noturno, podendo ter uma concentração dentro do estufim menor do que aquela encontrada no ambiente externo. Estes fatores abrem oportunidades de melhoria no manejo do estufim, seja adequando o período de abertura ou otimizando a estrutura com sistema de injeção artificial de gás carbônico.

O Projeto Estufim é um projeto cooperativo entre o GT Propagação Clonal e Viveiros (SIF/UFV) e grandes empresas do setor florestal, tendo como objetivos o estudo dos indicadores fisiológicos e o enriquecimento de CO2 na otimização da propagação clonal de Eucalyptus e Corymbia utilizando o estufim. O mesmo tem como área experimental o Viveiro de Pesquisas do Departamento de Engenharia Florestal da UFV e conta com financiamento Embrapii em conjunto com as empresas parceiras do grupo, além da coordenação técnica dos professores Aloísio Xavier e Samuel Martins e a coordenação operacional do mestrando Edgard Vinicius Lima.

sif, ufv, sociedade de investigações florestais

Edgard Vinicius Faria Lima

Coordenador Operacional do GT Propagação Clonal e Viveiros

Referências

XAVIER, A.; WENDLING, I.; DA SILVA, R. L. Silvicultura Clonal: princípios e técnicas. 3ª ed. Viçosa – MG: Editora UFV, 2021. 275 p.