Gestão da inovação: Por que você precisa dela?

 

 

Partindo do ponto pacífico que toda empresa que queira se diferenciar no mercado precisa, necessariamente, inovar, é preciso haver uma sistemática para que a inovação aconteça de forma contínua.

Antes de entender o “como fazer?”, vamos te falar como a gestão da inovação surgiu.

 

Como surgiu a Gestão da Inovação?

Entre os anos 1930 e 1940, o economista austríaco Joseph Schumpeter identificou a inovação como um fator significativo para o crescimento econômico.

Nos estágios iniciais, a inovação era vista ainda como um processo individual e resultado de uma combinação de inteligência, experiência e intuição.

Depois, na década de 1980, ganhou força a visão de que a inovação exige envolvimento das pessoas da organização. A famosa Caixa de sugestões surgiu nessa época como ferramenta para envolver a equipe.

Ainda na década de 1980, houve a criação do departamento de P&D. O departamento limitava a inovação a um grupo de pessoas dentro da empresa, normalmente, pesquisadores. O resultado eram criações que não tinham relevância mercadológica e não traziam resultados concretos para o negócio. Por isso, não podiam ser realmente consideradas inovações, mas sim invenções. Ainda hoje, em muitas organizações, a inovação continua sendo um braço do P&D.

 

 

Os tipos de inovação

 Antes de mais nada, precisamos entender que a inovação se manifesta nas organizações nas principais formas:  inovação radical, inovação incremental e inovação disruptiva.

 

  1. Inovação radical

Ela recebe esse nome porque as mudanças propostas buscam revolucionar a dinâmica da empresa e do mercado.

A inovação radical ocorre quando a empresa efetua mudanças drásticas em seus produtos, serviços e processos, cria um novo mercado ou transforma profundamente um mercado já existente. A inovação radical provoca transformações também no relacionamento entre a empresa e seus clientes e fornecedores.

Trata-se de um processo pensado a longo prazo, cujo objetivo é explorar novas oportunidades e propor soluções que vão ditar as regras do mercado.

 

  1. Inovação incremental

Na inovação incremental, busca-se aprimorar os produtos ou serviços de maneira contínua e atualizá-los em relação às necessidades do mercado. Tendo em vista que tais necessidades tendem a mudar no decorrer no tempo, cabe a empresa acompanhar essas transformações.

Na prática, a empresa realiza melhorias facilmente perceptíveis a curto prazo com o intuito de gerar valor para os clientes, de forma menos arriscada e baixo grau de complexidade.

 

  1. Inovação disruptiva

Segundo Clayton Christensen, Professor de Administração na Harvard Business School, a inovação disruptiva é um processo em que uma solução é substituída por uma outra superior que modifica o comportamento de um mercado consumidor.

As soluções inovadoras disruptivas são escaláveis e buscam atingir um grande volume de usuários. É a inovação disruptiva que tem feito com que startups de diferentes segmentos batam de frente com grandes organizações tradicionais com décadas de experiências.

 

Gestão da inovação na prática

 

  1. Mapeamento de necessidades

Esta etapa é o que chamamos de diagnóstico e funciona como uma chance de encontrar as melhores oportunidades que o mercado tem a oferecer para a empresa.

Antes de tudo, você precisa entender que inovação é resultado. Ou seja, ela precisa ter um objetivo definido. Assim, a pergunta nesse momento é: qual é o resultado que eu quero alcançar inovando?

Lembrando que a inovação pode ter fins diferentes para cada parte interessada. Para o colaborador pode ter como fim otimizar processos internos. Já para o cliente pode ter como fim novas soluções. Para o fornecedor pode ser voltado a redução de custo. Enfim, é importante definir os objetivos. Afinal, para você saber se está dando certo, precisa saber que resultado deseja.

 

  1. Plano de gestão da inovação

Nessa etapa, é importante que se crie um plano claro para aplicar a gestão da inovação na prática. Defina responsáveis, delegue tarefas entre os responsáveis, teste cada nova solução e estabeleça quais indicadores serão utilizados para medir a eficácia de cada uma delas.

Além disso, ter exemplos de gestão da inovação pode ajudar na hora de entender pontos fracos e fortes neste processo.

 

 

Nesta etapa, indicamos dois livros importantes que servem como guia nesse processo de criação de um plano de gestão: Gestão da Inovação (Joe Tidd e John Bessant) e Atravessando o vale da morte para inovar (autoria de Stephen K. Markham e tradução de Adriana Ferreira de Faria, Líder-Técnica do nosso GT Qualidade e especialista em Gestão da Inovação).

 

 

 

 

 

  1. Follow-up

 Após identificar os problemas, essa é a hora de testar produtos e soluções presentes no mercado. Existem diversas empresas que oferecem um período de testes para as empresas encontrarem a melhor solução para as suas necessidades e problemas.

Ao realizar os testes das soluções tecnológicas, todos os profissionais que utilizam os novos recursos precisam ter suas próprias impressões.  O debate sobre o uso do produto ou a implementação do novo processo é fundamental para entender se ele é válido ou não.

É fundamental acompanhar os resultados da implementação de um produto ou serviço inovador dentro da empresa. Medir os KPI´s definidos no plano de gestão da inovação é o primeiro passo. A partir do momento que os funcionários passam a utilizar um novo recurso para realização das tarefas, é preciso entender a aceitação desses usuários. Portanto, o feedback também é essencial.

 

  1. Transformação da cultura de inovação

 Nessa etapa, coloca-se a gestão da inovação verdadeiramente em prática numa implementação de rotinas. A solução tecnológica selecionada deve ser implementada na empresa, treinada pelos profissionais e utilizada diariamente pelos colaboradores.

Ainda mais importante que a implementação de rotinas, é promover um ambiente livre e fácil à cultura de inovação. As melhores inovações nascem em ambientes livres de preconceitos, em que as ideias criativas possam surgir com facilidade e as possibilidades realmente possam acontecer.

 

 

A importância da Inovação aliada à Gestão da qualidade

Quando uma organização não possui controle de processos, é possível que muitos projetos não vão à frente. É sabido que a liderança operacional é de extrema importância para o aumento da qualidade da inovação. É aí que entra a Gestão da Qualidade.

Baseado em diversos estudos, conferiu-se que há necessidade de mais conhecimento acerca dos níveis da gestão da qualidade. Dentro dele está a inovação, que é diferenciada, mas também é correlacionada com a gestão da qualidade.

Podemos chamar de íntima a relação entre as práticas de Gestão da Qualidade e de Inovação, já que o princípio de melhoria contínua potencializa os elementos essenciais de uma organização para que esta possa desenvolver sua capacidade inovadora.

Apesar de apresentar algumas falhas, a Inovação aliada à gestão da qualidade traz diversos pontos positivos quando aplicadas de maneira correta. É possível criar tendência e ser referência apresentando um produto de qualidade, entregue no prazo correto e que seja a cara do público-alvo.

Além disso, existem os recursos intangíveis que afetam de forma positiva a Inovação e que são promovidos pela Gestão da Qualidade Total, como recursos humanos, recursos organizacionais, comerciais e de gestão de conhecimento como fonte de ideias inovadoras. Todos estes determinantes estão relacionados com práticas da Gestão da Qualidade Total, como a motivação e a capacidade dos funcionários trabalharem em equipe, assim como a liderança, a cooperação, orientação para o mercado, e o foco no cliente.

Assim, a Inovação é afetada positivamente, se a empresa se comprometer a um programa de Gestão Qualidade Total.

 

Esperamos que essa matéria tenha contribuído com os seus conhecimentos sobre Inovação e o quanto podemos evoluir nesse sentido.

Continue ligado no blog do GT Qualidade, aqui sempre temos novidades para você!

 

 

Nathália Lima

Mestre em Economia Florestal com foco em Gestão

Coordenadora Operacional do GT Qualidade Florestal