ESG e os novos tempos das certificações florestais

 

Se você está aqui na nossa página, com certeza, já teve contato com as certificações florestais. E com ESG? A sigla do momento tem sido tema recorrente em diversas áreas e não seria diferente no setor florestal.

Mas do que se trata? Qual a sua relação com as certificações florestais que já conhecemos?

Vamos falar um pouco mais sobre isso.

A busca das empresas pela certificação veio em meio ao aumento na demanda global por processos produtivos mais equilibrados e responsáveis. O aumento da atenção global ao meio ambiente ganhou força com a Eco-92, tendo sido um dos propulsores para a fundação do FSC em 1994.

O FSC (Forest Stewardship Council®) é responsável por certificações que envolvem toda a cadeia de extração e transformação de produtos florestais madeireiros e não madeireiros. Para obter a certificação FSC, todas as etapas da cadeia de produção devem atender às exigências da organização, que tem como foco de atuação garantir práticas ambientalmente adequadas, socialmente benéficas e economicamente viáveis.

O FSC é o sistema de certificação florestal que detém o maior número de certificados de Cadeia de Custódia ou Chain of Custody (CoC) no mundo, com mais de 43 mil certificados e 211 milhões de hectares (CALIXTO, 2020). No Brasil, esse protagonismo se confirma com o FSC apresentando os maiores números de certificados e de áreas certificadas de Manejo Florestal (FM), totalizando 216 Unidades de Manejo Florestal (UMF) e mais de 8 milhões de hectares certificados. O sistema Cerflor/PEFC, por sua vez, apresenta 26 UMF certificadas em FM, com um total de 3,7 milhões de hectares.

 

Segundo uma pesquisa realizada pela Cone Communication, 73% dos consumidores acreditam que uma empresa deve tomar medidas específicas para melhorar as condições econômicas e sociais nas comunidades onde opera.  Além da reputação da marca, os selos de certificação sustentável contribuem para adaptar procedimentos que sejam mais interessantes financeiramente para a empresa.

Todo e qualquer processo de certificação é, antes de tudo, uma oportunidade de autoconhecimento para a organização. Nesse sentido, se uma empresa já passou por certificações anteriores, a etapa de diagnóstico se torna menos onerosa e complicada.

 

 

E O ESG?

ESG é a sigla em inglês para “Environmental, Social and Governance” e significa usar fatores ambientais, sociais e de governança para avaliar empresas e países sobre o quão avançados estão em relação à sustentabilidade.

Quem decide se uma companhia é digna ou não do selo ESG são fundos de investimento, bolsas de valores (como a B3, no Brasil) e consultorias que produzem índices de ações (caso da S&P e da MSCI, nos Estados Unidos). E toda essa relação acontece sem a participação do Estado, ou seja, trata-se de um sistema autorregulado.

Como falado acima, o primeiro passo para a obtenção de um selo ESG é o diagnóstico da empresa. É preciso saber em qual etapa da implantação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a organização se encontra antes de planejar quais os próximos movimentos.

Na tabela abaixo, você pode ver o compilado dos critérios ESG considerado por grandes investidores na gestão dos seus ativos.

 

Fonte: Elaboração Firjan a partir de informações PRI, Princípios do Equador, BlackRock e Santander.

 

 

Ainda há desafios para a consolidação das estratégias ESG e para a compreensão dos critérios exigidos. Entendemos que o sucesso de uma empresa está atrelado à forma como ela lida com problemas que afetam diretamente as pessoas e o planeta. Portanto, gestores capazes de internalizar os ODS possivelmente terão mais facilidade de promover ações sólidas na sua comunidade e cadeia de valor e as posicionarem como critérios ESG.

Esperamos que essa matéria tenha contribuído com os seus conhecimentos sobre ESG e o quanto podemos evoluir nesse sentido.

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Nathália Lima

Mestre em Economia Florestal com foco em Gestão

Coordenadora Operacional do GT Qualidade Florestal