Do carvão vegetal ao aço verde: Contribuição do carvão vegetal para a estocagem de carbono e para a redução de GEEs na indústria

Segundo o Instituto Aço Brasil, a indústria do aço contribui com cerca de 4% do total de emissões de gases do efeito estufa (GEES), conforme a 4ª Comunicação Nacional do Brasil à UNFCCC e cerca de 11% da produção nacional de aço utiliza carvão vegetal. Em 2020, a indústria siderúrgica consumiu 4,19 milhões de toneladas de carvão vegetal (EPE, 2021) e grande parte das 177 produtoras de ferro-gusa e ferroligas do Brasil faz uso deste insumo no seu processo produtivo (IBÁ, 2021). 

A utilização do carvão vegetal como bioredutor na indústria do aço é uma forma efetiva e aplicável a curto prazo de reduzir a emissão de GEEs, visto que este insumo é um recurso natural e renovável capaz de substituir combustíveis fósseis, considerados altamente poluidores. 

A produção de carvão vegetal auxilia na remoção e estocagem de carbono durante o ciclo de crescimento das florestas plantadas para a sua produção e, de acordo com o Relatório Anual da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ, 2021), a partir de cálculo adaptado do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), esta matéria-prima estoca 85% de carbono em sua massa, potencializando a descarbonização das indústrias produtoras de aço. 

Uma outra prática importante para a redução de emissões de GEEs que pode ser realizada pelas empresas produtoras de carvão vegetal é a queima dos gases da carbonização, principalmente do metano, um gás altamente nocivo para o meio ambiente. Dessa forma, toda cadeia produtiva se torna mais sustentável. 

Sistema Fornos-Fornalha

As empresas associadas ao GT Carvão Vegetal Sustentável estão comprometidas e trabalhando continuamente para a redução das emissões de gases em seus processos, a exemplo da Aperam que tem como meta pegada zero de carbono até 2050 e da Vallourec, que têm investido em inovação através da tecnologia Carboval – Continuous Carbonization Technology Vallourec, o reator vertical de carbonização contínua, que transforma madeira em carvão vegetal, sem liberação de metano ou de monóxido de carbono. 

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Foto de Dandara Guimarães, Coordenadora Operacional do GT Carvão Vegetal Sustentável

Dandara Guimarães
Engenheira Florestal | Coordenadora Operacional do GT Carvão Vegetal Sustentável