Sociedade e floresta: e daí?

Como sabemos, o setor florestal envolve uma grande diversidade de atividades e segmentos, desde a produção à transformação da madeira que, embora sejam interdependentes, possuem demandas específicas que, consequentemente, também exigem a formulação de estratégias específicas. E diante dessa diversidade, as questões sociais não poderiam ficar de fora, principalmente diante da mudança de paradigma acerca do conceito de desenvolvimento.

Nesse sentido, as questões sociais passam a compor os pilares do que, atualmente, conhecemos como desenvolvimento sustentável, conceito pautado em uma abordagem que busca a harmonização de objetivos sociais, ambientais e econômicos, isto é, a relevância social, a prudência ecológica e a viabilidade econômica. E falar de florestas, sejam nativas ou plantadas, também perpassa por questões sociais, já que estas estão diretamente relacionadas ao nosso cotidiano.

As florestas plantadas estão inseridas de várias formas no nosso dia-a-dia: a celulose, por exemplo, é utilizada na produção de papel, cosméticos, maquiagens, roupas, acessórios, medicamentos, e tem celulose até no sorvete, sabiam disso? Também são matéria-prima para a produção de carvão vegetal, geração de energia e produção de aço e ligas. E temos também os produtos não-madeireiros das florestas nativas, como óleos, sementes, frutos, folhas, raízes, cascas e resinas.

E o mais importante: não podemos esquecer que o que move o setor florestal, assim como qualquer outro, são as pessoas. Isto é, são as pessoas que plantam, colhem, manejam, transportam, geram e aplicam o conhecimento. Por isso, elas devem ser priorizadas e estar no foco do desenvolvimento, para que a tão falada sustentabilidade seja, de fato, alcançada.

Portanto, diante deste cenário, o GT Sociedade tem como objetivo promover a interação entre empresas privadas do setor florestal e a Universidade Federal de Viçosa, visando a atender demandas de inovações técnicas e operacionais que perpassam pelo relacionamento com as comunidades no entorno dos empreendimentos, resolução e mitigação de conflitos, saúde e segurança dos(as) trabalhadores(as) e comunitários(as), enfim, em busca da sustentabilidade e bem-estar social.

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Fernanda Machado Ferreira
Geógrafa, Mestre e Doutora em Extensão Rural
Coordenadora Operacional do GT Sociedade – SIF/UFV