Principais projetos de restauração florestal interveniados pela SIF

A área de restauração florestal do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (DEF-UFV), liderada pelo Professor Sebastião Venâncio Martins, tem se destacado no cenário nacional através de importantes projetos desenvolvidos em parceria com empresas dos setores de mineração, celulose e geração de energia. Os resultados têm sido divulgados em centenas de artigos científicos, livros e capítulos de livros, publicados no Brasil e no exterior. Entre os vários projetos já desenvolvidos pelo Laboratório de Restauração Florestal (www.larf.ufv.br), cabe destacar três de longa duração, sendo dois no contexto da mineração com parcerias com a Fundação Renova e a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e um do setor de celulose, com a CMPC Celulose Riograndense.

A parceria entre o LARF e a CBA teve início no ano de 2011, representando um importante programa de restauração florestal e biodiversidade, através do qual a equipe do LARF vem realizando ao longo deste tempo pesquisas sobre aplicação de bioindicadores para avaliar e monitorar a biodiversidade e os processos ecológicos em áreas da Zona da Mata em restauração florestal após a mineração de bauxita e também em área de compensação ambiental. Além dos monitoramentos e orientações como indicação de espécies e de técnicas de restauração, o projeto também desenvolve experimentos de restauração florestal, visando auxiliar a melhorar cada vez mais a qualidade da restauração florestal realizada pela empresa. Já foram ou estão em andamento experimentos com hidrogel, transposição de solo/serapilheira, poleiros, semeadura direta, adubos verdes, espaçamentos, entre outros. Os estudos tem apontado para a sustentabilidade ambiental da mineração de bauxita realizada pela CBA, com elevados valores de componentes da biodiversidade das áreas restauradas.

Com a Fundação Renova, a parceira teve inicio em 2019, com pesquisas já realizadas e em andamento conduzidas em várias áreas do município de Mariana-MG, atingidas pelo rejeito da barragem de Fundão em 2015. Vários experimentos de restauração florestal ativa e passiva foram montados em APPs do Rio Gualacho do Norte e tributários, como aplicação de técnicas de nucleação e reflorestamento. Além dos experimentos de campo, tem sido realizados experimentos sobre banco de sementes e semeadura direta em casa de vegetação no viveiro da UFV. A transferência de tecnologia tem sido uma constante no projeto, através de visitas técnicas às áreas em restauração, indicação de espécies e dos treinamentos de restauração florestal ministrados pelo Prof. Sebastião Venâncio para profissionais da Fundação e de empresas parceiras. Todas estas ações têm contribuído para o avanço do programa de restauração florestal das áreas atingidas pelo rejeito.

No contexto da produção de celulose, o LARF também tem uma longa parceria com a CMPC Celulose Riograndense, que teve início em 2011. A partir de 2012 foram montados hortos florestais da empresa em diferentes municípios do Rio Grande do Sul, experimentos de restauração de APPs utilizando núcleos de mudas de espécies arbóreas nativas regionais, o que possibilitou uma redução drástica dos custos da restauração e o sucesso da restauração daquelas áreas. Outra frente do projeto é a transferência da tecnologia, como a indicação de técnicas e de espécies para recuperação de áreas com degradação de solo. Outra grande contribuição do projeto foi transferência da tecnologia do resgate de plântulas, técnica que o LARF foi pioneiro em Mina Gerais em empresa de mineração e levou para a CMPC como alternativa para produção de mudas de espécies nativas. Atualmente 100% das mudas produzidas pela empresa e utilizadas na restauração das APPs são provenientes do resgate de mudas de talhões de eucalipto da empresa, fechando assim um ciclo de sustentabilidade ambiental.

 

 

Professor Sebastião Venâncio
Coordenador do Projeto