Assista ao Minuto SIF com o Prof. Sebastião Venâncio Martins

Prof. Sebastião Venâncio, Líder Técnico do GT Restauração, fala sobre as técnicas de restauração florestal na última edição do Minuto SIF:

 

A restauração florestal pode ser dividida em dois grandes grupos:

  • Restauração passiva – Consiste no isolamento de uma área e deixar a regeneração natural se encarregar do processo.

É uma técnica importante por imitar o processo natural de colonização florestal, mas é importante destacar que não funciona em todas os locais. É necessário que a área esteja inserida em uma matriz com vegetação nativa conservada, próxima de fragmentos florestais. É uma técnica de baixo custo, porém o processo de restauração é mais lento.

  • Restauração ativa – Consiste em intervenções nas áreas em restauração e compreende diversas técnicas.

Uma das técnicas deste grupo é condução da regeneração natural, que consiste em intervenções como coroamento, adubação e controle de cipós nos indivíduos regenerantes, entre outros, para acelerar o processo.

Outra técnica bastante conhecida é o plantio em área total com mudas de espécies arbóreas regionais. É uma técnica a ser utilizada em áreas que tem baixa resiliência, ou seja, que não possuem capacidade de se recuperar espontaneamente.

É possível utilizar vários modelos de plantio. Um dos modelos mais comuns é o consórcio de espécies de preenchimento e diversidade. As primeiras, são espécies de rápido crescimento e recobrimento do solo. As segundas são espécies de crescimento mais lento, porém importantes para a diversidade da área. Outra estratégia é o plantio em fases, iniciando com o plantio de espécies de preenchimento e, em um segundo momento, as espécies de diversidade. Esses modelos focam no recobrimento rápido e proteção do solo, além do sombreamento de gramíneas que possam estar presentes na área.  Também é possível utilizar diferentes espaçamentos dependendo do potencial de regeneração natural da área.

Uma outra técnica bastante interessante é a nucleação, que visa estimular a regeneração natural. Algumas práticas são: transposição de galharia, semeadura direta (em área total, faixas ou ilhas), plantio de mudas em núcleos, transposição de solo e serapilheira, instalação de poleiros artificiais.

Prof. Venâncio exemplificou a aplicação das diversas técnicas nos projetos em parceria com as empresas CMPC e CBA e com a Fundação Renova. Ao final, destacou que o desenvolvimento desses projetos só é possível devido à interveniência da SIF e que a parceria universidade empresa é fundamental para o desenvolvimento de novos conhecimentos em pesquisa e extensão, além de refletir no treinamento de estudantes da UFV.