Diferentes cenários de investimento na densidade de estradas florestais

Nos empreendimentos florestais que empregam a madeira como fonte de matéria-prima é de fundamental importância o planejamento de todas as atividades envolvidas no processo produtivo, resultando em melhoria da produtividade e redução dos custos operacionais.

Nesse contexto, tem a extração florestal e a densidade de estrada. A atividade de extração irá determinar o dimensionamento ótimo das estradas florestais em função, principalmente, das características dos métodos a serem utilizados e do relevo dos talhões. À medida que diminui a distância de extração da madeira, eleva-se a densidade de estradas, resultando em baixos custos de extração. No entanto, os custos com construção e manutenção de estradas serão maiores em decorrência dessa maior densidade, além de contribuir para a redução da área produtiva e maior possibilidade de degradação ambiental. Dessa forma, é muito importante determinar o ponto ótimo entre a densidade de estradas a ser construída e as distâncias de extração, de acordo com as condições do terreno e estrutura da floresta para melhorar a eficiência das operações e otimização das áreas de plantio.

Com base nisso desenvolveu-se na Universidade Federal de Viçosa uma ferramenta para estimar a densidade ótima de estradas florestais (DOE Digital) amigável com as ferramentas de gestão das empresas florestais. Esta ferramenta está na versão beta, mas pretende-se desenvolver uma plataforma no conceito floresta 4.0 via EMBRAPII.

As informações necessárias em cada cenário são descritas abaixo, dentre as 21 variáveis, desde o sentido de extração, até a densidade atual de estradas. A densidade ótima é a intersecção entre os custos de produção e custo de extração, valores acima ou abaixo deste ponto de referência podem causar prejuízos financeiros ou perda de produção.

A seguir apresentam-se alguns cenários para ilustrar o potencial do DOE Digital:

Uso do Forwarder em terreno plano

Cenário 1: investimento estrada = R$ 5.000,00/km         

Cenário 2: investimento estrada = R       $ 10.000,00/km

Cenário 3: investimento estrada = R$ 15.000,00/km

Cenário 4: investimento estrada = R$ 20.000,00/km

A seguir apresentam-se alguns cenários para ilustrar o potencial do DOE Digital: Uso do Forwarder em terreno montanhoso (observar redução da caixa de carga do Forwarder e inclinação do terreno).

Cenário 5: investimento estrada = R$ 5.000,00/km

Cenário 6: investimento estrada = R$ 10.000,00/km

Cenário 7: investimento estrada = R$ 15.000,00/km

Cenário 8: investimento estrada = R$ 20.000,00/km

Pode-se observar que houve uma grande variação do custo de extração com base na declividade. O custo aumentou em média 70%, refletindo a importância do planejamento das operações em áreas declivosas. E que o custo de extração (baldeio) se refere a viagem carregada e retorno. O carregamento e o descarregamento não interferem na otimização.

A determinação da densidade ótima de estradas é fundamental para a viabilidade da colheita e extração mecanizada, e, consequentemente, o transporte florestal. Imaginando que boa parte dos custos da produção da madeira estão nessas operações, o impacto de ações que otimizem o processo é importante para o setor.

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Fontes utilizadas:

https://www.scielo.br/pdf/cerne/v19n3/12.pdf

 

 

 

 

Prof. Carlos Cardoso Machado

Doutor em Ciência Florestal

Líder Técnico do GT Colheita e Transporte Florestal

 

Ítalo Lima Nunes

Engenheiro Florestal

Coordenador Operacional do GT Colheita e Transporte Florestal