Como construir e analisar um histograma

Você sabe o que é histograma? Ele é uma das mais utilizadas ferramentas da qualidade. À primeira vista, eles parecem os gráficos de barras, pois ambos empregam barras verticais para representar dados, sendo a altura de uma barra corresponde à frequência de dados na classe. Porém a análise do histograma traz muito mais informações do que pode parecer em um primeiro momento.

O que é histograma?

O histograma é um gráfico de barras verticais que mostra de maneira visual a frequência com que ocorre um determinado valor ou grupo de valores de uma determinada característica. O objetivo dessa ferramenta é, então, de avaliar se um processo está dentro dos limites de especificação e como a sua variação está se comportando dentro de tais limites.

Para que serve essa ferramenta?

Eles são empregados para mapear uma distribuição de valores ou resultados de um conjunto de observações. A maioria dos dados coletados seguem uma curva normal, dessa forma é esperado que o histograma apresente aparência semelhante. No caso da forma apresentar o comportamento padrão pode-se tomar iniciativas para diminuir a variabilidade dos dados ou alterar as médias.

 

Para comparar os resultados do processo com os limites de especificação

  • quando você adiciona os limites de especificação do ao seu histograma, pode saber rapidamente se o processo atual foi capaz de produzir conforme o exigido.

Para comunicar informações graficamente

  • com o histograma, os membros da equipe podem ver com facilidade os valores que ocorrem na maioria das vezes (ou seja, a frequência dos valores). Se você usar um histograma para resumir grandes conjuntos de dados ou relacionar medidas a limites de especificação, usará uma ferramenta poderosa para comunicar as informações.

Para auxiliar na tomada de decisões

  • no uso ou na criação do histograma, todos os dados têm significados que podem ajudá-lo a identificar problemas com clareza ajudar a tomada de decisões;
  • A partir do tipo do histograma que foi gerado podemos tirar conclusões poderosas sobre o comportamento dos dados analisados.

Como montar um histograma

Uma ótima maneira de se obter o histograma é girando a Folha de Verificação de modo com que a frequência fique no eixo vertical. Outra forma prática é usar softwares específicos para tal tarefa, como o Minitab. Por fim, pode se calcular os valores de forma manual seguindo os passos:

  1. Coletar os dados, se possível com mais de 30 repetições para ter-se validade estatística;
  2. Determinar a amplitude dos dados “R”: R= maior valor encontrado – menor valor encontrado;
  3. Determinar o número de classes “K”. Ele pode ser escolhido tanto com base no bom senso, como pela equação:     K=√N, na qual N representa a quantidade de dados colhidos;
  4. Determinar o intervalo da classe “H”, por meio da equação: H=R/K ;
  5. Determinar os limites de cada classe. Eles são obtidos sequencialmente a partir do menor valor, somando-se o valor de H vezes o número da classe. Exemplo, para a classe 3 o valor superior dela será Valor superior= Menor valor encontrado + 3*H; já o valor inferior dela será o valor superior da classe 2 (Menor valor encontrado + 2*H) ;
  6. Encontrar a frequência de cada classe. Ou seja, determinar quantos valores coletados estão entre os limites superiores e inferiores de cada classe.
  7. Construir um gráfico, sendo o eixo horizontal as classes de valores encontrados e o eixo vertical a frequência da classe.

Tipos de histograma

Você já sabe o que é histograma, para que serve e como montar um. Porém para tirar o maior proveito deles é importante conhecer as suas formas e entender o que cada uma delas pode significar. Vamos lá?

1. Simétrico

Esse tipo de histograma representa os processos padronizados. O valor médio é encontrado no meio da faixa, onde a frequência é mais alta e vai diminuindo ao se aproximar dos extremos. É o tipo ideal e o mais encontrado.

2. Assimétrico

O histograma assimétrico é fácil de identificar por apresentar um pico deslocado do centro da distribuição. Geralmente representa uma situação onde a característica de qualidade possui apenas um limite de especificação que é controlada durante todo o processo. Exemplo: Número de acidentes.

3. Despenhadeiro

O “histograma despenhadeiro” geralmente ocorre quando foram eliminados dados, o que corresponde ao “corte” na figura, dando a aparência de que o histograma está incompleto. Ele é comum em organizações que não aceitam erros dos funcionários, então estes preferem alterar os dados e mascarar o problema do que ter que apresenta-los aos seus superiores.

4. Dois picos

O “histograma com dois picos” costuma acontecer quando há uma mistura de dois tipos de dados diferentes. Por exemplo: foram coletados dados provenientes de dois operadores distintos. Dessa forma é esperado que se os dados forem estratificados surjam dois histogramas simétricos.

5. Platô

O histograma do tipo “platô” é o que acontece quando existem mais de dois tipos de dados coletados de forma conjunta. Assim geralmente ocorre quando há diversas misturas de distribuições com médias diferentes. Indica que estão ocorrendo muitos problemas no processo e que é necessário a padronização.

6. Ilha isolada

O histograma do tipo “ilha isolada” ocorre quando há um distanciamento entre duas distribuições, que podem apresentar tanto comportamento simétrico quanto outras formas. Ele representa uma situação onde houve alguma anormalidade no processo decorrente de alguma falha, erro de medição, ou causa especial.

 

Fontes usadas:

https://www.escolaedti.com.br/aprenda-a-fazer-um-histograma

https://www.voitto.com.br/blog/artigo/o-que-e-um-histograma

João Victor Ribeiro Santos

Engenheiro de Produção

Coordenador do GT Qualidade Florestal