O potencial do carvão vegetal na produção de ferroligas

 

A busca por alternativas sustentáveis na indústria metalúrgica tem ganhado destaque a nível mundial, especialmente no que diz respeito à redução das emissões de carbono. Nesse cenário, o carvão vegetal se destaca como um material promissor.

Considerado uma alternativa ecológica ao coque metalúrgico, tradicionalmente utilizado na produção de ferro e aço, o carvão vegetal contribui para a diminuição das emissões de CO2 e apresenta propriedades metalúrgicas vantajosas. Estudos mostram que a composição química e as características físicas do carvão vegetal, como porosidade e área de superfície, estão intimamente ligadas ao seu desempenho em processos metalúrgicos.

Figura 1. Ciclo do carbono na indústria metalúrgica (Fonte:  Han; Tangstad (2024))

No entanto, o carvão vegetal enfrenta desafios, como sua estabilidade mecânica limitada, que pode dificultar o transporte e a carga em fornos. Além disso, seu elevado conteúdo de matéria volátil e reatividade com CO2 podem representar riscos durante o processo de fusão em fornos a arco submerso. Para mitigar essas limitações, técnicas como densificação, pirólise e aglomeração têm se mostrado eficazes, melhorando a viabilidade do carvão vegetal na indústria.

A transição para o uso de carvão vegetal na produção de ferroligas não é apenas uma questão de inovação tecnológica, mas também uma necessidade urgente em um mundo que busca mitigar os impactos das mudanças climáticas. O Brasil encontra-se à frente de outros países nesse aspecto, visto que o uso do carvão vegetal como biorredutor nos processos metalúrgicos é uma realidade, sendo o grande diferencial da indústria de ligas metálicas nacional.

 

Referência: Han, Y.; Tangstad M. Metallurgical Properties of Biocarbon in Ferroalloy Production: A Review, ACS Omega, v. 9, n. 23, 2024.  Metallurgical Properties of Biocarbon in Ferroalloy Production─A Review (acs.org)

 

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