EMBRAPII Unidade Fibras Florestais, SEBRAE, UFV, SIF e LAPEM desenvolvem projeto inovador para reaproveitamento de resíduos de coco verde como biocarvão em parceria com a empresa Agricultura Bioativa

 

Com o crescente aumento da demanda energética e da preocupação com problemas ambientais em função das mudanças climáticas, têm-se buscado globalmente alternativas para a redução do uso de fontes não renováveis na matriz energética e para o reaproveitamento de resíduos urbanos, agrícolas e florestais. Uma excelente alternativa é a utilização desses resíduos para aumentar o uso de fontes renováveis na produção de energia, agregar valor econômico, social e ambiental convertendo resíduos em produtos de mercado, além de reduzir custos de logística e melhorar a sua qualidade. 

Diferentes matérias-primas têm sido estudadas para atender essas demandas, dentre elas, a biomassa residual do coco verde, um material em potencial que tem sido alvo de pesquisas para a utilização como fonte alternativa de energia se transformado em carvão vegetal, podendo substituir combustíveis fósseis e podendo ser utilizado como biochar ao serem incorporados no solo, além da grande oportunidade de alcançar novos mercados, como o de créditos de carbono.

 A produção de carvão vegetal a partir do coco verde é uma solução tecnológica capaz de reduzir custos e impactos ao meio ambiente, além de agregar valor à essa biomassa que seria descartada sem tratamento prévio, ocasionando poluição urbana e acúmulo de resíduos, uma vez que o coco verde tem uma degradação complexa, podendo causar mau cheiro, degradar a paisagem, ser foco de proliferação de doenças, dentre outros riscos ambientais.

Nesse sentido, a empresa Agricultura Bioativa em parceria com o Laboratório de Painéis e Energia da Madeira (LAPEM/UFV), EMBRAPII Unidade Fibras Florestais e SEBRAE criaram o projeto de PD&I de desenvolvimento de sistema fornos-fornalha para carbonização de resíduos de coco verde, que objetiva adaptar a tecnologia do sistema fornos-fornalhas para produção de carvão vegetal sustentável de resíduos de coco verde, visando o uso múltiplo deste produto, como fonte energética ou biochar.

Estima-se que a produção de coco verde no Brasil seja de 2,65 milhões de toneladas e, considerando um tempo de decomposição de 8 a 12 anos, o reaproveitamento da casca do coco verde tem grande importância econômica, social e ambiental, visto que agrega valor ao subproduto que seria descartado, gera emprego e renda e promove uma redução significativa desses resíduos sólidos no meio ambiente.

Veja alguma das vantagens ao reaproveitar os resíduos de coco verde através deste projeto:

  • Redução drástica da quantidade de resíduos enviada aos aterros sanitários, contribuindo para diminuição do impacto ambiental negativo associado;
  • Transformação do resíduo em produtos úteis e de alto valor agregado;
  • Geração de emprego e renda para as comunidades locais;
  • Benefícios para a agricultura e para o solo, se usados como substratos alternativamente à produtos convencionais, favorecendo principalmente a retenção de água e nutrientes;
  • Menor emissão de gases do efeito estufa, com tratamento adequado e retenção de carbono no biocarvão produzido;
  • Estímulo à economia circular.

De maneira geral, o reaproveitamento de resíduos de coco verde, principalmente em países de clima tropical como o Brasil com elevada produção e consumo do coco verde contribui para o desenvolvimento sustentável, promovendo vantagens econômicas, sociais e ambientais para toda a população. 

 

Texto elaborado por: Dandara Guimarães – Coordenadora Operacional do Projeto 

 

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