DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO BAMBU
O Bambu, também denominado taboca ou taquara, é uma planta versátil e multifuncional, amplamente reconhecida por seu rápido crescimento em comparação a outras plantas lenhosas (AÑAZCO e ROJAS, 2015; BAQUIM et al., 2021; SCURLOCK et al., 2000). Sua versatilidade e utilidade em uma ampla gama de aplicações o tornam um recurso valioso em diversas indústrias, característica que, juntamente com sua rápida taxa de crescimento, torna o interesse em seu cultivo crescente em nível mundial.
Outra importante característica do Bambu é sua adaptabilidade a diferentes condições edafoclimáticas. Pesquisas conduzidas por Dev et al. (2020) e UNCTAD (2022) demonstram que os Bambus são capazes de prosperar em uma ampla variedade de climas e tipos de solo. Possuem distribuição natural em regiões subtropicais e zonas temperadas de todos os continentes, com exceção da Europa (SANQUETTA et al., 2015; SCHMIDT e LONGHI-WAGNER, 2009; SCURLOCK et al., 2000), embora algumas espécies de Bambu também têm se mostrado adaptáveis a zonas temperadas do continente europeu, como relatado por Lobovikov et al. (2007).
Distribuição natural dos Bambus no planeta. Em que: Af – Clima tropical úmido ou superúmido; Am – Clima tropical úmido ou subúmido; Aw – Clima tropical, com inverno seco; BSh – Clima semiárido quente; BWh – Clima árido quente; Cwa – Clima subtropical de inverno seco; Cfa – Clima subtropical, com verão quente.
Fonte: Huang, 2019.
A Ásia e a América do Sul são reconhecidas como os principais centros de diversidade de espécies de Bambu. Estudos realizados por Clark (2005, 2006) revelam que cerca de 62% das espécies são nativas da Ásia, com a China e a Índia abrigando a maioria dessas espécies. As Américas possuem 34% das espécies, enquanto a África e a Oceania juntas representam aproximadamente 4% da diversidade global de Bambu, de acordo com as pesquisas de Kleinhenz e Midmore (2001), Sanquetta et al. (2015) e Scurlock et al. (2000).
Os números relacionados à área ocupada pelos Bambus são expressivos. Estudos realizados por Du et al. (2018) indicam que os Bambus cobrem uma área superior a 30 milhões de hectares em todo o mundo. No entanto, Lobovikov (2005) alega que a área coberta pelos Bambus é ainda maior, chegando a aproximadamente 36 milhões de hectares, o que representa cerca de 3,2% da área florestal total do planeta. Na América Latina, embora não haja estatísticas precisas disponíveis, estima-se que existam pelo menos 11 milhões de hectares cobertos com Bambu, conforme relatado pela FAO (2010). Esses números demonstram a magnitude do Bambu como uma importante fonte de recursos naturais.
A adoção de práticas sustentáveis de manejo do Bambu é fundamental para garantir sua preservação, tal como para maximizar seus benefícios no desenvolvimento sustentável global. Isso envolve estratégias de manejo que priorizem a conservação da diversidade genética, a proteção dos habitats naturais e o estímulo ao plantio sustentável. Através dessas medidas, podemos garantir a continuidade do Bambu como um recurso valioso.