SIF inicia sua jornada pela neutralidade de emissões de carbono
A temperatura média do planeta tende a aumentar em 1,5 °C em relação aos níveis registrados no século XIX, caso os níveis de dióxido de carbono (CO₂), principal gás do efeito estufa, continuem como em 2022, segundo o último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima). A entidade, que reúne os maiores especialistas no tema, alerta que tal mudança causará devastação generalizada. Porém, ainda é possível reverter o cenário.
Segundo pesquisas, o aquecimento global está diretamente ligado ao aumento da concentração de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, assim como de outros gases do efeito estufa (GEEs), por exemplo, o metano e o óxido nitroso. Esta alta concentração está relacionada sobretudo à emissão de gases decorrentes da queima de combustíveis, como petróleo, carvão e gás natural, e do desmatamento florestal.
Os GEEs não só causam o aquecimento global, como também intensificam a quantidade e a força das tempestades, provocam mudança das correntes marítimas, derretimento de geleiras e elevam o nível dos oceanos, afetando todo o ecossistema global.
É nesse contexto sombrio, que se intensificou a corrida para minimizar o aumento da temperatura da Terra. Embora, já tenham sido desenvolvidas diversas ferramentas focadas na diminuição das emissões de gases do efeito estufa, o Brasil ainda necessita de mais soluções tecnológicas para implantar uma economia de baixo carbono. Pensando nisso, as organizações iniciaram um processo denominado neutralização de carbono.
O que é a neutralização do carbono?
A neutralização do carbono, ou compensação do carbono, é o processo que busca neutralizar as emissões geradas por atividades industriais, corporativas e humanas no geral. A cada tonelada de carbono emitida, é compensada uma tonelada através de projetos que retiram o carbono da atmosfera.
Dentre as ferramentas de compensação, as tecnologias de “Captura e Armazenamento de Carbono” se destacam. Esta técnica é capaz de mitigar emissões industrias difíceis de descarbonizar e remover moléculas de CO₂, que já foram liberadas na atmosfera. As soluções são baseadas em ações voltadas para natureza, como o plantio de florestas e reflorestamento.
A SIF no caminho da sustentabilidade
Durante o ano de 2022, todas as atividades da Sociedade de Investigações Florestais (SIF) foram mapeadas e as fontes emissoras de gases do efeito estufa monitoradas para quantificação. A ação integra o programa Neutralize e é o primeiro passo para a proposição do plano de neutralidade climática da instituição.
A iniciativa faz parte do trabalho de conclusão de curso em Engenharia Florestal (UFV) da aluna Vitória Torres, sob orientação do professor Laércio Jacovine e coorientação da Valéria Silva e da Thaynara Albuquerque. Em sinergia, o estudo vem de encontro com um grande movimento que visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5° C em relação ao período pré-industrial, conforme sugerido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O estudo aponta que as atividades administrativas, os eventos e treinamentos da SIF e da Unidade EMBRAPII Fibras Florestais, no ano de 2022, resultaram em uma emissão de 44,0868 MgCO2e. A partir das informações geradas, foram identificadas ações estratégicas de curto, médio e longo prazo para reduzir suas emissões, incluindo a capacitação da equipe para maior eficiência na utilização de equipamentos, e a troca por materiais reciclados e/ou recicláveis.
Além disso, as emissões de 2022 serão compensadas por meio de plantios florestais em uma área em processo de restauração na UFV até o ano de 2030. Para as emissões do ano de referência, foi estabelecida a necessidade do plantio de 343 árvores em um horizonte de 30 anos para completa neutralização. Este prazo foi escolhido por ser o período médio para que as áreas da Mata Atlântica alcancem a capacidade máxima de armazenamento de CO₂.
A ação, não somente contribui com a remoção de dióxido de carbono atmosférico por meio do sequestro de carbono pela floresta, como também colabora para o alcance das metas climáticas, reestabelece a fauna e flora local, aumenta a biodiversidade, controla erosões, melhora a ciclagem de nutrientes, a qualidade do solo e da água, além de oferecer recursos financeiros e diversos outros benefícios.
A SIF tem orgulho em dizer que caminha para ser Carbono Zero! O objetivo agora é motivar as empresas associadas à SIF, contando com todo nosso apoio e expertise, para que também iniciem suas jornadas de descarbonização.
Fontes:
FRIEDLINGSTEIN, P. et al. Global carbon budget 2022. Earth System Science Data. v. 14, n. 11. 11 nov. 2022.
Intergovernmental panel on climate change (IPCC). Sixth Assessment Report, Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability. 27 feb. 2022.