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Em janeiro de 2019 ocorreu o rompimento da barragem na cidade de Brumadinho, causando dano à vegetação local e atingindo a população e seu modo de vida. Em vista do impacto causado à fauna e flora da região, o Professor Gleison dos Santos, Diretor Científico da SIF, decidiu acompanhar de perto o ecossistema local. Notou-se que diversas árvores matrizes sofreram prejuízo em função do rompimento, assim, se nada fosse feito para recuperar a vegetação e o solo, muitas poderiam morrer.
Logo, a SIF desenvolveu um projeto em parceria com a Vale para reduzir os impactos ambientais causado a Brumadinho. Dessa forma, engenheiros florestais vão até a área coletar ramos das árvores matrizes, a fim de criar enxertos no laboratório e preservar seu DNA. Esse processo de preservação possibilita que as árvores de Brumadinho sejam salvas nos viveiros da Universidade Federal de Viçosa.
O método utilizado foi o de enxertia, que permite induzir um florescimento mais rápido, ideal para o caso trabalhado. Árvores que possuem um período demorado de florescimento passam a ter esse processo bastante reduzido. Além disso, as árvores que já estão florescendo atraem a forma mais rápido, tornando o processo de recuperação da área mais acelerado.
O projeto encontra-se em andamento e terá duração total de 12 meses, envolvendo atividades de enxertia, coleta de sementes, tratamento de árvores matrizes e condução do material (enxertos e mudas) para plantio em campo.
Além disso, a SIF, juntamente com a Universidade Federal de Viçosa e a empresa VALE também se uniram em prol das espécies nativas da bacia do Paraopeba e do Brasil, através do planejamento e dimensionamento de uma unidade de armazenamento de mudas, em Brumadinho (MG) e uma unidade de produção de mudas, em Nova Lima (MG).
Segundo Alex Ferreira de Freitas, Doutorando em Ciência Florestal e responsável pelo projeto, essa unidade de armazenamento funcionará como um centro de educação ambiental para a comunidade local, trazendo princípios de sustentabilidade energética e hídrica. Com capacidade para 45 mil mudas em média, será possível armazenar qualquer tipo de tecnologia de produção de mudas. A intenção é que a energia a ser utilizada seja totalmente produzida in loco.
Nesse caso, foram pensadas formas de utilização desse espaço enquanto transferência de tecnologias para as comunidades locais e também oportunidades para fomentar o empreendedorismo, por meio da contratação de fornecedores da região.
Para a unidade de produção de mudas, em Nova Lima, foram utilizados os mesmos preceitos de sustentabilidade energética e uso de água pluvial em detrimento da água subterrânea. Sua capacidade de produção será em torno de 200 mil mudas com a tecnologia mais atual do mercado mundial, através de embalagens biodegradáveis, feitas de fibra de celulose. Para esse viveiro, foi elaborado um projeto que visa transformar a metodologia de produção de mudas, propondo estruturas de climatização para o processo de germinação das sementes. Com isso, pretende-se aumentar a escala de produção e também diminuir o custo operacional através de equipamentos de automação e controle mobile de condições climáticas dessas estruturas.
Esses projetos foram apresentados e aceitos pela cúpula de meio ambiente da vale, e encontram-se em andamento, sob a coordenação do Professor Glêison, sendo parte de um conjunto de ações inovadores promovidas pela SIF, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa e a empresa Vale, que se uniram em prol do desenvolvimento socioambiental e da reparação de danos da bacia do Paraopeba e do Brasil.
Conheça mais sobre o professor Glêison Augusto dos Santos, Diretor Científico da SIF e Professor de Melhoramento Florestal e Conservação Genética (DEF/UFV):
O profissional trabalhou durante 14 anos na iniciativa privada, na condução de programas de melhoramento genético de Pinus e Eucalyptus nas empresas Klabin e CMPC, com experiências no Brasil, Chile, Argentina, Uruguai e Colômbia. O profissional tem trabalhado intensamente na conservação genética de espécies nativas da mata atlântica, floresta estacional semidecidual e cerrado, gerenciando projetos de variabilidade genética, conservação de DNA e florescimento precoce, como ferramentas para alavancar o desenvolvimento das espécies nativas do Brasil.Atualmente é professor e pesquisador da Universidade Federal de Viçosa (UFV) nas disciplinas de pós-graduação de Melhoramento Florestal e Inovação e Transferência de Tecnologia Florestal.
Conheça mais sobre Alex Ferreira de Freitas, Doutorando em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa:
O Profissional é gestor de unidades de produção de sementes e mudas florestais há 21 anos. Administrador de empresas pela FDV (2009), Mestre em Ciência Florestal pelo Departamento de Engenharia Florestal da UFV (2013) e especialista em gestão da produção pelo Departamento de Engenharia de Produção da UFV (2015). Foi proprietário de viveiro de produção de mudas SJF de 1997 a 2011. Atuou como gestor executivo de projetos do Laboratório de Patologia Florestal DFP/UFV, (2000-2010) e Assistente Técnico Florestal da SIF – Sociedade de Investigações Florestais (2012-2015), onde coordenou a implantação e gestão do setor de sementes e mudas florestais. Em 2017 iniciou seu Doutorado em Ciência Florestal na Universidade Federal de Viçosa onde atua em gestão da Inovação e Transferência de Tecnologia em propagação de espécies florestais.