Estradas Florestais: Greides
O setor florestal desempenha um papel importante para o Brasil no aspecto econômico, ambiental e social. As florestas brasileiras fornecem matéria-prima para os mais diversos setores, sendo eles siderurgia, papel e celulose e o setor alimentício. Contribuindo, assim, com a geração de empregos e aumentando a arrecadação de tributos, favorecendo a economia.
A indústria florestal é altamente dependente da eficiência da rede de estradas, uma vez que a madeira é transportada por caminhões. Para não onerar ainda mais os custos do transporte, as empresas de base florestal buscam a melhoria das estradas por onde são transportadas suas madeiras, sendo que estes são calculados numa base horária, de forma que, quanto mais veloz o veículo puder transitar e com segurança, menores serão os gastos com combustível.
Os greides são os parâmetros de declive, aclive e curvas. Mas qual a importância disso?
A velocidade desenvolvida por um caminhão depende de vários fatores: inclinação e comprimento da rampa, peso e potência do caminhão, velocidade de entrada na rampa, habilidade e vontade do motorista. Com greides verticais altos, aumenta-se a declividade, ocorrendo perda de velocidade dos caminhões em rampas. Greides horizontais influenciam nas curvas e possíveis manobras. Com maior abertura, mais suaves serão as curvas, permitindo uma direção segura e confortável para o motorista.
As estradas são definidas em duas vertentes: geometria vertical e horizontal.
Geometria vertical
O greide com o comprimento de rampa são os principais elementos da geometria vertical de uma estrada. O greide é a inclinação vertical do eixo da estrada, formando-se os aclives e declives ajustados por uma curva de concordância vertical. As curvas verticais servem para unir de modo confortável e seguro as rampas de aclive (subidas) com as rampas de declive (descida) e vice-versa. Quanto menor o greide, menor será a declividade e, consequentemente, espera-se uma maior velocidade no transporte.
O greide é limitado considerando a performance do veículo, com o seu valor máximo em estradas florestais de 13%, deve ainda possuir um mínimo de 2% para escoamento de água, evitando a formação de poças que são degradantes para a estrutura da estrada, comprometendo o transporte e escoamento da produção. Quanto menor o declive, menor será a manutenção da estrada; e greides menores que 10 % permitem um trânsito mais eficiente e sem perigo.
Geometria horizontal
O alinhamento horizontal das estradas é composto por retas, curvas circulares e curvas de transição. O alinhamento horizontal tem efeitos sobre a velocidade de operação do veículo de transporte, onde a velocidade é substancialmente mais baixa nas estradas florestais com raio de curva horizontal inferior a 20 metros, devido à dimensão dos caminhões que são utilizados.
Do ponto de vista econômico, pode se optar por greides mais acentuados, visando diminuir a extensão, porém pode acarretar com uma elevação drástica dos custos do transporte e de sua manutenção devido à dificuldade imposta por essa barreira geográfica.
Além disso, a opção por aclives menos acentuados tende a ser mais seguros pois diminuem a chance de ocorrência de falhas mecânicas causadas pelo desgaste excessivo imposto pelo relevo.
Tem interesse em saber mais? Siga as nossas redes sociais e fique por dentro de diversas outras notícias importantes.
Fontes utilizadas:
https://ecivilufes.files.wordpress.com/2011/04/elementos-geomc3a9tricos-das-estradas-de-rodagem.pdf
http://www.fao.org/3/a1241e/a1241e00.pdf
Ítalo Lima Nunes
Engenheiro Florestal
Coordenador Operacional do GT Colheita e Transporte Florestal