Estradas florestais: A importância da densidade de malha

 A indústria florestal é altamente dependente da eficiência da rede de estradas, uma vez que a maior parte da madeira é transportada por caminhões afetando  também os custos do transporte florestal,  pois os veículos têm seus custos operacionais calculados numa base horária, de forma que, quanto mais veloz o veículo puder transitar, todavia com segurança, menores serão os custos. As estradas são os meios de ligação entre o local de colheita e a unidade fabril, sendo uma parte significativa na logística e planejamento das empresas. Mas como saber a quilometragem ou faixa ideal de estrada?

Temos então a densidade de estradas, que é um índice muito importante, visto que é um parâmetro para adequação da malha. Alta densidade causa redução da área produtiva, gerando maiores custos. Já o baixo índice, traduz em maiores distâncias de extração de madeira, causando maior circulação das máquinas dentro dos talhões, menor produtividade, maior degradação do solo e maior consumo de combustível.

Mas como definir minha densidade ótima? Atualmente estão disponíveis no mercado uma série de ferramentas que podem mensurar o índice e sugerir adequações e estruturações nas estradas. Ferramentas de SIG (sistema de informações geográficas) auxiliam o planejamento com a alocação de novas estradas, com base na composição utilizada e quantidade de madeira que será colhida, otimizando a extração e escoamento da produção, diminuindo os passivos ambientais, aumentando a segurança operacional e melhora do fluxo de transporte.

  • Densidade ótima: Trata-se da quantidade ideal de estradas por área de efetivo plantio.
  • Densidade aceitável: Corresponde ao alcance de variação aceitável com base nos custos da densidade ótima.

Construir estradas de alto padrão não é uma atividade barata, envolve muita atenção no plano diretor. Assim, as empresas planejam e executam com atenção as suas estradas objetivando otimizar os investimentos.

Em estradas com maior intensidade de tráfego são adotados revestimentos nesses locais e em estradas de menor intensidade, onde não há revestimento é importante determinar antecipadamente o plano de colheita, caso seja em período de chuva, devem atentar a áreas alagáveis que possam oferecer impedimentos ao transporte.

Tipos de estradas

Estrada pavimentada: é aquela revestida com concreto betuminoso ou concreto, permitindo o tráfego de veículos durante o ano todo.

Estrada com revestimento primário: é revestida com material granular (saibros, cascalhos, entre outros) e permite o tráfego de veículos durante o ano todo.

Estrada sem revestimento: é aquela que não apresenta qualquer tipo de revestimento, portanto, geralmente, pode não ocorrer ou dificulta o tráfego de veículos durante a época chuvosa.

Lembre-se, cada local tem uma particularidade, um tipo de solo diferente, período chuvoso, declividade, cultura implantada e modal de transporte. Sendo necessário um aprofundamento específico para obtenção de bons resultados.

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Fontes utilizadas:

https://otimizacaonapratica.com/2015/11/09/o-problema-do-caixeiro-viajante/

https://www.idosi.org/wasj/wasj7(3)/1.pdf

Ítalo Lima Nunes

Engenheiro Florestal

Coordenador Operacional do GT Colheita e Transporte Florestal